BOLSONARO, MACRON E RAONI

A intelectualidade brasileira (e estrangeira) gosta de cultivar figuras excêntricas e o velho cacique caiapó, Raoni, é um exemplo de que como se transformou numa celebridade internacional depois de incensado por aqui e lançado mundialmente pelo cantor Sting.

Foi preciso a intervenção do presidente Jair Bolsonaro para desmobilizar até o presidente francês Emanuel Macron que pensava numa reunião entre os dois, mas com um convidado especial, o cacique Raoni. O veterano cacique caiapó “não representa o Brasil e sequer representa a comunidade indígena de onde veio”, disse Bolsonaro a Macron, encerrando a conversa e a intenção de incluir Raoni num encontro para discutir a luta pela preservação da Amazônia e dos povos indígenas.

Para evitar atritos com o presidente francês, Bolsonaro fez um convite a Macron para sobrevoar a Amazônia, de Boa Vista a Manaus, e constatar que nesse trajeto “não há qualquer ponto de desmatamento”. O Brasil sempre foi vítima do ativismo internacional que, como se sabe, é mantido por “misteriosos interesses” que impedem ou atrasam o desenvolvimento de países do ainda chamado Terceiro Mundo.

O cacique Raoni se tornou famoso e já conversou com outras lideranças internacionais sempre com o argumento de ser um defensor da selva, dos povos indígenas e contra a construção de hidrelétricas na Amazônia.

Hidrelétricas sempre serão de importância estrutural para o desenvolvimento de qualquer região, especialmente na Amazônia onde está o maior sistema fluvial do planeta e para tanto basta que sejam construídas com o devido respeito ao meio ambiente, o que nunca foi desconsiderado pelos últimos governos brasileiros.

Bolsonaro garantiu a Macron que o Brasil não vai mudar a sua politica ambiental (a mais moderna do mundo), mas também mostrará que é cumpridor dos acordos firmados, com destaque para o Acordo de Paris (firmado por 195 países, em 2015, para conter o aquecimento global).

O compromisso de Bolsonaro foi decisivo para a assinatura de um acordo que era discutido por 20 anos entre o Mercosul e a União Europeia.

Raoni pode continuar com sua cruzada entre os ativistas europeus, mas ficará no nicho da intelectualidade que adota o exotismo do Terceiro Mundo – uma preferência pelo tambor em detrimento da água encanada.