OPOSIÇÃO SEM COMPOSTURA
As cenas e as manifestações da chamada bancada oposicionista na Câmara dos Deputados, nesta última terça-feira, pareciam fazer parte de um enredo de caricaturas mal rabiscadas e sem a sutileza inteligente tão comum aos nossos cartunistas. Sem qualquer argumentação que pudesse provocar algum diálogo civilizado com o convidado Sérgio Moro, deputados convictos de sua imunidade parlamentar, surfaram na onda da impunidade que, como se sabe, sequer prima pelo bom comportamento.
O lulopetismo parlamentar ainda sangra pelas sentenças de duas instâncias do Poder Judiciário que mandaram para a cadeia as principais lideranças petistas e Sérgio Moro, como juiz, tem a tatuagem da limpeza ética promovida no Brasil pela Operação Lava Jato.
Não se viu uma audiência na CCJ da Câmara dos Deputados, mas uma armadilha montada pela bancada lulista para ofender o ministro Sérgio Moro como se o ex-magistrado fosse um mal falado árbitro de futebol. Sim, porque o idioma utilizado pelos lulistas na audiência estava muito distante do saudável diálogo parlamentar e muito próximo do vocabulário vulgar das torcidas que se sentem prejudicadas pelo apito de quem controla uma partida de futebol.
Talvez pelo baixo nível dos apartes e das intervenções, os deputados estivessem fardados do Lula Futebol Clube, mas como o “espetáculo” era na Câmara e não numa arquibancada, quem perdeu foi a instituição legislativa.
O deputado psolista do Rio de Janeiro, Glauber Braga, foi o desbocado da tarde, lançando vitupérios contra Sérgio Moro, provavelmente como jamais outro ministro de Estado tenha sofrido tantas ofensas pessoais e as recebido com a generosidade superior das pessoas civilizadas.
Glauber Braga não parecia um deputado federal, mas um moleque cujos argumentos eram os de briga de rua e tanto abusou deles que o deputado gaúcho Bibo Nunes respondeu-lhe no mesmo tom: “Reagi de imediato e fui para cima desse canalha. Vou leva-lo à Comissão de Ética e ele será cassado, não tenho dúvida.”
O resultado dessa sessão legislativa programada para achincalhar Sérgio Moro teve um efeito contrário. O ministro da Justiça, ao deixar à Câmara, tinha prestado outro grande serviço ao Brasil. Os insultos atirados contra Moro serviram de régua para se medir o nível de seus detratores.
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