O BRASIL NÃO É O CHILE
É bem provável que a esquerda brasileira não tenha se dado conta de que o Brasil não é o Chile daqueles lamentáveis episódios de vandalismo ocorridos em suas principais cidades.
No entanto, há quem queira adotar um discurso radical contra a retirada de direitos dos trabalhadores, mesmo que isso não esteja bem definido, mas que possa levar uma massa popular para as ruas contra a “política neoliberal” de Jair Bolsonaro.
Parece que a desordem e a destruição nas ruas das cidades chilenas se transformaram em referência para uma cópia nacional, como se transferir o caos fosse algo simples e formatado de aplicação imediata contra governos democráticos.
E é aí que mora o perigo. E é ai, também, que a radicalização de um discurso provoca, na mesma proporção, uma resposta no mesmo tom e proporção.
Se o PT com Lula e Gleisi Hoffmann acena com uma radicalização, por que o lado ameaçado não pode reagir com uma régua igual?
Pela segunda vez se fala em AI-5 neste ano, mas tanto o deputado Eduardo Bolsonaro como Paulo Guedes(nesta segunda-feira, em Washington), fizeram menção àquele expediente autoritário de dezembro de 1968 como lembrança de que ações radicais podem provocar reações ainda mais radicais.
Em Washington, Paulo Guedes afirmou que o lado perdedor da eleição presidencial está chamando todo mundo “para quebrar tudo”.
“Que democracia é essa?” – perguntou Guedes. “Não se assustem se alguém pedir AI-5”, alertando, implicitamente, que o Brasil não é o Chile, a Bolívia, o Equador e a Colômbia.
Mas, acalmem-se, são apenas opiniões. Retórica de violência se rebate no mesmo diapasão.
Logo, sem mimimi…
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