‘Dívida poderá ser paga em terra para reforma agrária’, diz ministro de Lula. Entrevista com Paulo Teixeira, Ministro do Desenvolvimento Agrário, por Vera Rosa/O Estado de São Paulo

 

 

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou que o governo não vai admitir ocupações de terra fora da lei. Às vésperas do “Abril Vermelho”, quando o Movimento dos Sem-Terra (MST) lembrará o 27.º ano do massacre de Eldorado do Carajás, Teixeira destacou que sua prioridade no cargo será mediar conflitos e acelerar a reforma agrária.

‘‘Protestos fora da lei não terão apoio do governo”, disse ele, em entrevista ao Estadão. “Quando os movimentos souberem de alguma terra improdutiva, basta indicá-la para o Incra.”

A equipe econômica avalia uma proposta para que devedores da União paguem parte de suas dívidas em terras. A ideia é que essas propriedades sejam destinadas à reforma agrária. A sugestão também será oferecida à Suzano Celulose, que teve três fazendas invadidas pelo MST, no sul da Bahia, caso a empresa tenha débitos com a União. O MST deixou as áreas na terça-feira, 7.

A mesa e uma estante do gabinete de Teixeira exibem produtos de cooperativas de várias regiões do País, vindos da agricultura familiar. Na noite do mesmo dia em que o MST saiu das propriedades da Suzano, o ministro compareceu à posse da diretoria da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Acompanhado pelo titular da Agricultura, Carlos Fávaro, ele fez um discurso em tom conciliador. “Para nós, a agricultura familiar e o agronegócio não são contraditórios”, insistiu Teixeira, que é filiado ao PT desde a fundação do partido, em 1980.

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