Artigo sobre trapaça é escrito com o ChatGPT (e ninguém percebe a… trapaça!), por Flavia Correia/Olhar Digital

 

 

Em um esforço para alertar sobre como o uso de chatbots pode permitir má conduta acadêmica, um grupo de professores da Universidade Plymouth Marjon (PMU), na Inglaterra, submeteu à revisão por pares um trabalho de pesquisa escrito inteiramente pelo ChatGPT.

A intenção era testar se um artigo secretamente redigido pelo recurso da OpenAI poderia passar despercebido pelo processo. E, sim, poderia. Tanto é que passou – e foi publicado na revista científica Social Science Research Network, com o sugestivo título “Chat e trapaça. Garantir a integridade acadêmica na era do ChatGPT”.

Como relata o The Guardian, os pesquisadores conseguiram publicar com sucesso o artigo, sob seus próprios nomes, sem revelar que ele foi totalmente escrito por uma máquina – burlando softwares de detecção de plágio e enganando quatro revisores humanos no processo.

“Queríamos mostrar que o ChatGPT está escrevendo em um nível muito alto”, disse Debby Cotton, diretora de prática acadêmica da PMU e “falsa autora” principal do artigo. “A tecnologia está melhorando muito rápido e vai ser difícil para as universidades superá-la”.

A verdadeira autoria do artigo só foi informada quando os professores da PMU notificaram pessoalmente os editores da revista científica. Isso representa um forte alerta para o sistema acadêmico, que está lutando para lidar com a amplitude do impacto do ChatGPT.

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