Lula fala em ‘armação de Moro’ ao comentar plano do PCC para matar o senador, por Rayanderson Guerra/O Estado de São Paulo

 

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou na manhã desta quinta-feira, 23, que as suspeitas de que uma quadrilha ligada ao PCC pretendia atacar o senador Sérgio Moro (União Brasil), ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, são uma “armação” do ex-juiz federal.

“Quero ser cauteloso. Vou descobrir o que aconteceu. É visível que é uma armação do Moro. Eu vou pesquisar e saber o “porque” da sentença. Até porque fiquei sabendo que a juíza não estava nem em atividade quando deu o parecer pra ele”, disse Lula durante visita ao Complexo Naval de Itaguaí, no Rio de Janeiro.

Ontem, porém, o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que autoridades tinham conhecimento do plano contra Moro há 45 dias e desde janeiro vinham acompanhando os movimentos do grupo criminoso. Dino, que classificou a investigação como “séria”, afirmou ainda que a operação da Polícia Federal mostrava que “não há nenhum aparelhamento do Estado, nem a favor, nem contra ninguém”. Logo em seguida, acionou a diretoria-geral da PF, relatou.

Nessa linha, o ministro argumentou que ‘não há como’ vincular declaração dada por Lula nesta terça, 21, a uma investigação que ‘tem meses’.

Na véspera da operação, Lula afirmou, em entrevista, que, enquanto esteve preso em Curitiba, pensava: “Só vou ficar bem quando foder com o Moro”. A proximidade entre a declaração do petista e a operação da PF mobilizou o Planalto.

O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, também havia dito, ontem, que “investigação foi executada com sucesso, impedindo a consumação de um crime”, ao citar que não havia relação entre a fala de Lula de terça-feira e a operação da PF.

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