Plano do PCC era sequestrar Moro ‘Tóquio’ no dia do 2º turno das eleições; Leia a decisão da juíza Gabriela Hardt, por Pepita Ortega, Rayssa Motta e Fausto Macedo/O Estado de São Paulo

 

 

Em 71 páginas, a juíza federal Gabriela Hardt, de Curitiba, detalhou toda a investigação da Polícia Federal a partir do relato de uma testemunha protegida, ex-integrante do PCC, que revelou audacioso plano da facção para sequestrar o ex-juiz Sergio Moro, senador (União Brasil-PR). Segundo o despacho, foi cogitada alguma ação contra o parlamentar na data do segundo turno da eleição, em 30 de outubro de 2022. Nesta quarta-feira, 22, a PF abriu a Operação Sequaz e prendeu 11 alvos.

“As provas colhidas indicam que atos criminosos estão efetivamente em andamento na Cidade de Curitiba/PR há pelo menos seis meses, contando com a presença física dos investigados, compra de veículos, aluguel de imóveis e monitoramento de endereços e atividades do senador Sergio Moro”, registra trecho do despacho assinado por Gabriela Hardt. A quadrilha usava códigos para planejar a ação contra Moro. Nas mensagens trocadas entre os criminosos, Moro era ‘Tóquio’ e sequestro era ‘Flamengo’. Ação era ‘Fluminense’. Os integrantes da organização monitoraram os passos de Moro, levantando uma série de dados pessoais do ex-juiz e sua rotina. Considerando a possibilidade do atentado ainda no segundo turno das eleições, eles chegaram a fazer um detalhamento do local de votação de Moro. Os investigadores constataram a atuação do PCC em Curitiba há pelo menos seis meses, ‘com presença física dos investigados, veículos, bem como ações voltadas para a prática dos crimes’ sob investigação. A quadrilha alugou casas para poder desenrolar o plano contra Moro. Uma das residências usadas pelo grupo fica entre o escritório de advocacia da família de Moro e um antigo apartamento, que é próximo da atual moradia da família.

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