Carro popular: ‘Incentivo só vai antecipar venda que aconteceria de qualquer forma’, diz especialista, por João Sorima Neto/O Globo

Defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como uma forma de dar um impulso na produção e vendas de veículos e beneficiar o consumidor com descontos, o chamado programa do carro popular não deve ser suficiente para aumentar o número de brasileiros disposto a comprar um carro zero quilômetro. A tendência é que favoreça motoristas que já tinham planos de comprar um veículo novo — e podem antecipar essa decisão — e grandes empresas donas de frotas, como as locadoras.

A avaliação é de Cristiano Doria, sócio-diretor da Roland Berger Brasil e autor de um estudo sobre o setor automotivo no país, que prevê que só em 2030 o país voltará a produzir mais de 3 milhões de unidades — a capacidade de produção é de 4 milhões atualmente.

Como avalia o pacote de incentivo tributário para o setor automotivo?

O pacote é paliativo e só vai beneficiar os grandes compradores de veículos, como as locadoras. Passados os primeiros 15 dias, quando só as pessoas físicas podem comprar carro com desconto, as pessoas jurídicas poderão comprar o restante dos mais de 120 mil carros que estão estocados no pátio das montadoras.

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