MPRS investiga estagiários e servidores judiciais suspeitos de vazar operações policiais a criminosos

 

 

Nos últimos meses, foram realizadas cinco ações do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) para cumprir mandados de busca e apreensão no Estado. O objetivo foi apreender mais provas e ouvir suspeitos, investigados há vários meses, que estão envolvidos em um esquema de vazamento de informações sigilosas da Justiça.

Os principais alvos destas ações foram estagiários e servidores do Tribunal de Justiça. O promotor Flávio Duarte, da 8ª Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre, destaca os estagiários, utilizando senhas próprias ou de servidores do Poder Judiciário, repassavam informações — algumas vezes mediante o pagamento de valores — sobre operações policiais. A negociação ilícita de dados ocorreu, em alguns casos, com integrantes de organizações criminosas que atuam, principalmente, no tráfico de drogas.

“Além do prejuízo para a efetividade das operações policiais, que acabam sendo infrutíferas, em razão de serem acessadas de forma antecipada pelos investigados, tem todo um risco para atividade dos agentes de segurança pelo fato de que os suspeitos podem preparar uma reação durante o cumprimento de ordens judiciais pelos policiais”, ressalta o promotor Flávio Duarte. A investigação também apurou a possível participação de advogados. A apuração continua.