Morre aos 79 anos o locutor José Aldair, uma das grandes vozes do rádio no RS/O Sul

 

 

Dono de uma das vozes mais marcantes da radiofonia no Rio Grande do Sul, o locutor José Aldair morreu aos 79 anos, nessa segunda-feira (28), vítima de infecção generalizada. Ele estava internado desde o dia 10 de outubro no Hospital Conceição, na Zona Norte de Porto Alegre, devido a uma queda em sua residência, no bairro Santana.

Mensagem divulgada por familiares nas redes sociais informam que uma cerimônia de despedida será realizada entre 10h e 15h desta terça-feira (29). O local escolhido é o Crematório Metropolitano – avenida Oscar Pereira nº 584, bairro Glória.

Nascido em Canoinhas (SC), apaixonado por rádio já na infância e radicado em Porto Alegre desde 1962, José Aldair teve uma trajetória profissional notadamente associada à Rádio Gaúcha, onde atuou nos microfones por quase 40 anos (1966-2004), sobretudo em leituras de noticiário. Foi dele, na emissora, a narração de acontecimentos históricos, como os atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York (Estados Unidos).

O terrorismo, aliás, não se restringiu às laudas lidas com voz grave no estúdio: em 7 de outubro do ano passado, ele perdeu o neto Ranani Glazer, 23 anos, assassinado em Israel durante ataques do grupo radical islâmico Hamás. José Aldair deixa seis filhos e a segunda esposa.

Sua caminhada profissional começou em Santa Catarina e Paranã, em emissoras nas cidades de Londrina (PR), Caçador (SC), Rio Negro (PR) e Canoinhas (SC) e Florianópolis (SC), trabalhando também como radioator e redator de notícias. Com 18 anos, mudou-se para Porto Alegre, onde estrearia na Gaúcha em 1966.

Honraria

Agraciado em 2003 com o título de Cidadão Honorário pela Câmara Municipal da capital gaúcha, ele também arriscou duas tentativas de ingresso na vida política, concorrendo a vereador nas eleições de 1976 e 2003. Não obteve sucesso – na segunda vez, foi demitido da Rádio Gaúcha, devido a uma norma interna que impede funcionários da empresa de concorrerem a cargos políticos.

Ele ainda cogitava um retorno à atividade, conforme confidenciou em entrevista ao site coletiva.net: “Acredito que ainda posso acrescentar algo à profissão, então pretendendo retornar ao mercado. É engraçado como a gente muda. A pessoa atinge uma certa idade e não perde as esperanças de continuar vivendo e fazer aquilo que gosta. Como se ganha experiência, acaba sabendo a melhor forma de usar a voz e fazer bem feito”.

(Marcello Campos)

Redação O Sul