Pesquisa da FIERGS mostra redução na confiança do empresário industrial
O índice de Confiança do Empresário Industrial gaúcho (ICEI-RS) caiu, segundo levantamento divulgado, nesta quinta-feira (24), pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS). Passou de 52 pontos, em setembro, para 51,1, em outubro, após dois meses de alta, permanecendo abaixo da média histórica de 53,6. Mesmo assim, por seguir acima dos 50, aponta a presença moderada de otimismo no setor. “A redução da confiança foi determinada pelas expectativas dos empresários para os próximos seis meses. O retorno do ciclo de aperto monetário, com aumento da taxa Selic foi, possivelmente, o fator responsável pela diminuição desse sentimento, embora as expectativas negativas em relação à economia doméstica já estivessem presentes no cenário desde o final de 2022, por conta do aumento da incerteza quanto à sustentabilidade das contas públicas”, diz o presidente da FIERGS, Claudio Bier.
O presidente destaca que o nível de confiança do setor não deve se alterar significativamente enquanto a incerteza sobre a condução da política fiscal permanecer elevada. Por isso, ele projeta um ritmo de expansão moderado para a atividade da indústria gaúcha. Para os próximos seis meses, o Índice de Expectativas recuou 1,4 ponto no período, atingindo 52,7 em outubro. Acima de 50 pontos, o resultado mostra que as perspectivas dos empresários no mês são positivas, mas o otimismo diminuiu em relação a setembro.
O Índice de Condições Atuais, um dos componentes do ICEI-RS, ficou praticamente estável (+0,1 ponto), com 48 pontos, em outubro. Ao manter-se abaixo de 50 – os valores variam de zero a cem pontos e, acima de 50, revelam condições melhores – mostra que os empresários ainda percebem piora nas condições atuais dos negócios nos últimos seis meses, assim como ocorreu em setembro. As condições atuais, por sua vez, são compostas pelas avaliações dos empresários em relação à economia brasileira, que passou de 43,2 para 43,6 pontos, e em relação à própria empresa, que oscilou de 50,2 para 50,1.
Na pesquisa realizada entre 1º e 10 de outubro com 159 empresas, sendo 36 pequenas, 57 médias e 66 grandes, 31,4% dos empresários gaúchos percebem piora no cenário econômico brasileiro e somente 8,8%, melhora. Para a maioria, quase seis em cada dez empresas (59,8%), não houve alteração.
Já o Índice de Expectativas das Próprias Empresas recuou de 57,8 para 55,8 pontos. Com relação à economia nacional, o pessimismo empresarial este mês permanece no mesmo patamar de setembro: o Índice de Expectativas da Economia Brasileira foi de 46,5 pontos (-0,1 ante o mês passado). A maioria dos empresários gaúchos, 63,5%, não espera mudanças no cenário econômico doméstico nos próximos seis meses. A parcela de pessimistas, 22,6%, supera a de otimistas, 13,8%.
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